Pessoal,sou eu ,João Victor..eu só queria reforçar (o que é encontrado nas minhas postagens)que o Bullying é coisa séria e não podemos deixar isso aconteçer,pois no futuro isso poderá acomteçer com os nossos filhos!!!
Vamos lutar para que essa ''DOENÇA'' não se espalhe mais,para termos uma segurança de que filhos e amigos pequenos e adultos não sofram.
BULLYING,QUANDO A BRINCADEIRA PERDE A GRAÇA.
BULLYING
Nesse blog,vou dar dicas sobre como ajudar a combater o bullying!
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Olhem!!
Bullying nas escolas
Foi-se o tempo em que a escola era sinônimo de paz, de busca e transmissão de conhecimentos. Infelizmente, nossas escolas vêm se transformando em locais de medo e insegurança. Crianças e adolescentes são ameaçados, constrangidos e agredidos e muitos precisam procurar outra escola para fugir das humilhações e da violência.
Cada vez mais essa palavra de origem inglesa (a palavra "Bully" significa "valentão") vem se tornando o pesadelo de muitos alunos .
"Entende-se por bullying atitudes agressivas, intencionais e repetitivas, adotadas por um indivíduo (bully) ou grupo de indivíduos contra outro(s), sem motivação evidente, causando dor, angústia e sofrimento e, executadas em uma relação desigual de poder, o que possibilita a vitimização."
A escola é de grande significância para as crianças e adolescentes, e os que não gostam dela têm maior probabilidade de apresentar desempenhos insatisfatórios, comprometimentos físicos e emocionais à sua saúde ou sentimentos de insatisfação com a vida. Especialistas revelam que esse fenômeno, que acontece no mundo todo, pode provocar nas vítimas desde diminuição na auto-estima até o suicídio.
A escola é de grande significância para as crianças e adolescentes, e os que não gostam dela têm maior probabilidade de apresentar desempenhos insatisfatórios, comprometimentos físicos e emocionais à sua saúde ou sentimentos de insatisfação com a vida. Especialistas revelam que esse fenômeno, que acontece no mundo todo, pode provocar nas vítimas desde diminuição na auto-estima até o suicídio.
No início deste ano letivo o Ministério Público e a Secretaria Estadual de Educação de Santa Catarina lançaram uma campanha visando combater esse mal. É a campanha "Bullying, isso não é brincadeira".
É importante que se discuta isso em sala de aula com palestras, vídeos, etc., de modo a permitir ao aluno entender que essa é uma prática abusiva e que pode deixar sequelas para toda a vida. A escola pode adotar medidas que envolvam toda a comunidade escolar, contribuindo para a formação de uma cultura de não-violência. Afinal todos têm o direito de frequentar uma escola segura e solidária capaz de gerar cidadãos conscientes que respeitem as pessoas e suas diferenças.
Para saber mais acesse: Revista Nova Escola, Portal do Ministério Público de SC, Brasil Escola, Portal Educacional, Observatório da Infância, Revista Veja.
O blog listas de 10 fez uma lista de 10 filmes com diferentes abordagens sobre o tema. Das mais trágicas, às ternas e engraçadas. Bom material que pode ser trabalhado em sala de aula.
Se você é alvo de bullying lembre-se destas dicas:
- Você não está sozinho! Não tenha medo de contar o que acontece pra um adulto em quem você confia. Pode ser seus pais, professores, ou então converse com seus avós, irmãos ou irmãs.
- Evite os agressores e os lugares onde eles estão. Se você sabe que um garoto ou garota não gosta de você, então procure ficar longe deles.
- Procure não ficar sozinho nos corredores, banheiros, salas vazias ou no pátio. É bom estar à vista dos professores e de adultos. Melhor ainda é fazer amizades e tornar-se integrante de um grupo. Isto dificulta a aproximação dos bullies.
- Se o agressor não ficar longe de você, procure não se irritar, ignore-o. Não revide, tal atitude piora ainda mais o bullying. É mais difícil para ele te incomodar se você demonstrar desprezo.
- Seja confiante. Não aja de maneira apavorada, olhe nos olhos de quem fala com você. Não fique bravo, tente rir da situação. Isto mostra que você não está com medo e o humor às vezes pode ajudar a diluir a situação.
- Procure seu médico ou a enfermeira da escola. Peça para eles anotarem qualquer arranhão ou machucado em você e mostre pra um adulto.
- Isto vai passar! Você não vai se sentir mal assim pra sempre!
Para finalizar um poema escrito por Anthony Kisley
Para saber mais acesse: Revista Nova Escola, Portal do Ministério Público de SC, Brasil Escola, Portal Educacional, Observatório da Infância, Revista Veja.
O blog listas de 10 fez uma lista de 10 filmes com diferentes abordagens sobre o tema. Das mais trágicas, às ternas e engraçadas. Bom material que pode ser trabalhado em sala de aula.
Se você é alvo de bullying lembre-se destas dicas:
- Você não está sozinho! Não tenha medo de contar o que acontece pra um adulto em quem você confia. Pode ser seus pais, professores, ou então converse com seus avós, irmãos ou irmãs.
- Evite os agressores e os lugares onde eles estão. Se você sabe que um garoto ou garota não gosta de você, então procure ficar longe deles.
- Procure não ficar sozinho nos corredores, banheiros, salas vazias ou no pátio. É bom estar à vista dos professores e de adultos. Melhor ainda é fazer amizades e tornar-se integrante de um grupo. Isto dificulta a aproximação dos bullies.
- Se o agressor não ficar longe de você, procure não se irritar, ignore-o. Não revide, tal atitude piora ainda mais o bullying. É mais difícil para ele te incomodar se você demonstrar desprezo.
- Seja confiante. Não aja de maneira apavorada, olhe nos olhos de quem fala com você. Não fique bravo, tente rir da situação. Isto mostra que você não está com medo e o humor às vezes pode ajudar a diluir a situação.
- Procure seu médico ou a enfermeira da escola. Peça para eles anotarem qualquer arranhão ou machucado em você e mostre pra um adulto.
- Isto vai passar! Você não vai se sentir mal assim pra sempre!
Para finalizar um poema escrito por Anthony Kisley
WE ALL BLEED RED…
TODOS SANGRAMOS VERMELHO
Maybe I can’t write a sentence or one word at all,
Talvez eu não consiga escrever uma frase, ou mesmo uma palavra,
But does that mean you can push me against the wall?
Mas isso significa que você pode me empurrar contra a parede?
Maybe I can’t read as good as the rest of the class,
Talvez eu não consiga ler tão bem quanto o restante da classe,
But that mean you have to trip me as I walk past?
Mas isso significa que você tem de me fazer tropeçar quando estou passando?
Maybe I can’t kick a ball as far as the best,
Talvez eu não consiga chutar a bola tão longe quanto o melhor,
But does that mean I stand out from the rest?
Mas isso significa que sou diferente dos demais?
Maybe I can’t shout as loud as you can,
Talvez eu não consiga gritar tão alto quanto você,
But does that really make me any less of a man?
Mas isso me torna um homem menor?
Maybe I’m a different colour, a different race,
Talvez eu seja de uma outra cor, uma raça diferente,
But does that give you the right to hit my face?
Mas isso lhe dá o direito de bater no meu rosto?
Maybe my glasses make my face look round,
Talvez meus óculos façam meu rosto parecer redondo,
But does that mean you have to throw them to the ground?
Mas isso quer dizer que você deve atirá-los no chão?
Maybe I’m poor, and have no money,
Talvez eu seja pobre, e não tenha dinheiro algum,
But does that mean you can mock me so your friends think you’re funny?
Mas isso quer dizer que você pode me ridicularizar para que seus amigos o achem engraçado?
Maybe I wear clothes by Adidas or Nike,
Talvez eu vista roupas Adidas ou Nike,
But does that give you the right to steal things I like?
Mas isso lhe dá o direito de roubar as coisas de que gosto?
Maybe I’ll never win, and I’ll always lose,
Talvez eu nunca venha a vencer, e seja sempre um perdedor,
But could you leave me alone? Do I get to choose?
Mas você pode me deixar em paz? Posso escolher?
Maybe you don’t care if I’m alive or dead,
Talvez você não se importe se estou vivo ou morto,
If there was only one thing that I wish would sink into your head :
Se eu pudesse escolher uma única coisa para entrar na sua cabeça seria isto:
“We are all the same. We all bleed red…
“Somos todos iguais. Todos sangramos vermelho…”
Essa é uma dúvida frequente...Leiam com atenção
O que é bullying e o que não é bullying
Um dos meus primeiros trabalhos de iniciação científica foi sobre o bullying, em 2008. Na época, começaram a falar sobre isso com um pouco mais de frequência na mídia, mas mesmo assim quando falava disso eu encontrava muita gente que não sabia do que se tratava.
Hoje, acredito que a divulgação sobre o assunto aumentou, mais livros e artigos foram lançados e a televisão constantemente exibe uma matéria ou noticia um caso sobre isso. A idéia está muito mais difundida no senso comum. No entanto, vejo que muitas pessoas não tem real clareza do que é o bullying, pois algumas utilizam o termo para falar sobre conflitos na escola de uma forma muito geral.
"Brigaram? É bullying!" "Foi xingado? É bullying!"
A coisa não é bem assim.
O conceito de bullying segundo Constantini (2004, p.69) é:
"Trata-se de um comportamento ligado à agressividade física, verbal ou psicológica. É uma ação de transgressão individual ou de grupo, que é exercida de maneira continuada, por parte de um indivíduo ou de um grupo de jovens definidos como intimidadores nos confrontos com uma vítima predestinada.Não são conflitos normais ou brigas que ocorrem entre estudantes, mas verdadeiros atos de intimidação preconcebidos, ameaças que, sistemativamente, com violência física e psicológica, são repetidamente impostos a indivíduos particularmente mais vulneráveis e incapazes de se defenderem, o que os leva no mais das vezes a uma condição de sujeição, sofrimento psicológico, isolamento e marginalização."
terça-feira, 17 de maio de 2011
.look
Este é um problema que afeta as nossas escolas, comunidades e toda a sociedade. Existe violência moral, intimidação ou bullying nas escolas de todos os países. O certo é que este comportamento não está restrito a nenhum tipo de instituição. Além disso, a única forma de evitá-lo é uma ampla discussão com pais, professores e alunos e a orientação particular de casos observados.
Nossas crianças, ou a maioria delas está em contato com atos violentos em todas as esferas de seu relacionamento. Comportamentos de pressão, opressão, intimidação, gozação, perseguição são comuns em seu dia-a-dia. Obviamente, nem todos estes acontecimentos podem ser caracterizados como bullying. Alguns episódios esporádicos e brincadeiras próprias de cada faixa etária, mesmo com comportamentos inadequados não trazem conseqüências para a auto-estima das crianças e fazem parte seu desenvolvimento e de sua socialização.
O bullying é um comportamento que é recorrente e causa baixa auto-estima e insegurança em seus atores. Normalmente existem três tipos de envolvidos em uma situação de violência moral: o expectador, a vítima e o agressor.
O expectador é aquele jovem ou criança que vê diariamente as situações de bullying e torna-se inseguro e temeroso. Ele não conta suas impressões por receio de tornar-se alvo ou por ter sido ignorado pelos adultos nas tentativas que fez de comentar certos fatos.
A vítima é aquele jovem ou criança frágil que é frequentemente ameaçado, intimidado, isolado, ofendido, discriminado, agredido, recebe apelidos e provocações, tem seus objetos pessoais furtados ou quebrados. Normalmente mostra-se arredio, demonstra medo ou receio de ir para escola e não procura ajuda por sentir-se indefeso. Ele pode ter baixo rendimento escolar, ficar deprimido, ansioso, ter dificuldades de sono e pesadelos.
O agressor normalmente aprendeu a usar um comportamento agressivo com os adultos para resolver seus problemas. Apresenta um comportamento de intimidação e provocador permanente. Acha que todos devem atender seus desejos de imediato e demonstra dificuldade de colocar-se no lugar do outro. Tanto ele, quanto suas vítimas apresentam dificuldade de relacionamento, são inseguros e sentem pressão em algum momento.
O bullying pode ser causado por outras crianças e jovens, mas pode estar presente na relação de pais e filhos e entre professor e aluno. Alguns exemplos são aqueles adultos que ironizam, ofendem, expõe as dificuldades perante o grupo, excluem, fazem chantagens, colocam apelidos preconceituosos e têm a intenção de mostrar sua superioridade e poder, usando deste comportamento frequentemente.
A medida entre o abuso e um comportamento inadequado é avaliada de acordo com a freqüência e a intensidade que ocorrem. O bullying marca a auto-estima, a personalidade e a vida de uma criança e de um jovem. Muitos jovens que viveram situações de opressão revoltam-se contra seus agressores e contra os expectadores causando verdadeiras tragédias. Outros por se acharem merecedores desta exclusão e concordarem com sua desvalorização tentam ou cometem suicídio. Claro, que estes são casos raros, mas sabidamente este não é um comportamento que surgiu há pouco tempo, desde sempre, o relacionamento entre iguais promove alguns jogos perigosos de poder. Tal problemática tem muitas implicações do ponto de vista da prática educativa, e suas diferentes manifestações têm preocupado de forma especial pais e educadores.
Violência e Educação
Não é de hoje que profissionais da educação, alunos e pais vêm se surpreendendo com problemas de violência entre jovens alunos de classe média. Apesar das preocupações, generalizadas, os olhares dos pesquisadores têm se voltado, majoritariamente, para as manifestações de violência entre jovens das classes populares (Sposito, 1994). Mas afinal o que está acontecendo? E os jovens alunos de classe média?
Enfatizamos que não restam dúvidas de que as diferentes formas de violência estão disseminadas em todos os espaços de atuação humana, mas a idéia corrente mais popularizada é de que elas são muito próprias e circunscritas aos grandes centros urbanos e a jovens da região periférica. E questionamos novamente: e os jovens de regiões centrais? Não praticam também violência? Não usam drogas?
Pesquisas realizadas pela UNESCO com jovens de diversas cidades do Brasil (Brasília, Fortaleza, Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo) permitiram verificar que, aproximadamente 60% dos jovens na faixa de 14 a 19 anos de idade foram vítimas de algum tipo de violência nas unidades escolares, nos últimos anos.
Em outro estudo, finalizado em 2002, também é verificada a escala de violência que vitima nossa juventude: a taxa de mortalidade, na faixa etária de 15 a 24 anos por causas da violentas, duplicou nas duas últimas décadas. No contexto internacional, índices de homicídios entre jovens são extremamente elevados. Outras informações são ainda mais preocupantes: no plano nacional, 40% das mortes entre jovens devem-se a homicídios. Nas capitais do país, essa proporção se eleva para 47% (Waiselfisz, 2002).
A discussão sobre violência é importante porque é um fenômeno que se desdobra no ambiente da instituição escolar.
Ao analisar o fenômeno da violência, vemo-nos diante de uma série de dificuldades, não apenas porque o fenômeno é complexo, mas, principalmente, porque nos faz refletir sobre nós mesmos, sobre nossos pensamentos, sobre nossos sentimentos. A violência se confunde, se interpenetra, se inter-relaciona com agressão de modo geral e/ou com indisciplina, quando se manifesta na esfera escolar (Nogueira, 2003).
Assim, podemos afirmar que a violência em meio escolar no Brasil e mesmo em outros países tanto decorre da situação de violência social que atinge a vida dos estabelecimentos (violência na escola), como pode expressar modalidades de ação que nascem no ambiente pedagógico, neste caso a violência da escola. A violência da escola e a violência na escola abrigam uma série heterogênea e complexa de fenômenos, dentre os quais o bullying escolar (Nogueira, 2003).
Embora não seja um fato novo, não podemos afirmar o crescimento do fenômeno em escala mundial. Podemos apenas dizer que estudos vêm sendo realizados nos mais diversos países, confirmando sua existência em todos os centros escolares, além da frequência, do número de alunos envolvidos, do contexto onde mais incidem e das mais diversas variáveis de interesse científico e acadêmico. Começando com pesquisas na Escandinávia e, em seguida, no Japão, no Reino Unido e na Irlanda, esse estudo da intimidação ou violência moral, vem hoje tendo lugar na maioria dos países europeus, na Austrália e na Nova Zelândia, no Canadá e nos Estados Unidos..
Olweus (1998), pesquisador da Universidade de Bergen, desenvolveu os primeiros critérios para detectar o problema do bullying escolar de forma específica, permitindo diferenciá-lo de outras possíveis interpretações como incidentes e gozações ou relações de brincadeiras entre iguais, próprias do processo de amadurecimento do indivíduo. Desse estudo, desenvolvido em escala nacional, se pode calcular que, aproximadamente 15% do total de alunos das escolas de educação primária e secundária, da Noruega, figuravam como agressores ou vítimas (Olweus, 1998).
Uma pesquisa feita em Portugal com 7.000 estudantes mostrou que aproximadamente um em cada cinco alunos (22%) entre seis e dezesseis anos já foi vítima de bullying na escola. A pesquisa mostrou também que o local mais comum de ocorrência de maus-tratos são os pátios de recreio (78% dos casos), seguidos dos corredores (31,5% dos casos) (Almeida, 2003). Na Inglaterra, uma pesquisa da ONG Young Voice e publicada no livro “Bullying in Britain” mostrou que, apesar de existir uma lei que obriga as escolas a prevenir o bullying, os estudantes não estão satisfeitos com os resultados. Segundo Katz (2003), da ONG Inglesa Voice, se os pais mandarem seus filhos reagirem com violência quando sofrerem o bullying, isso só atrapalhará a resolução do problema.
De acordo com a pesquisadora Fuensanta Cerezo (2001), na Espanha, o nível de incidência do bullying se situa em torno de 15% a 20% dos sujeitos em idade escolar, o que vem a confirmar os dados de estudos desenvolvidos em Portugal, como nos outros países da União Européia, apontando índices semelhantes.
Nos Estados Unidos, o bullying é tema de interesse. O fenômeno cresce entre alunos das escolas americanas. Os índices são tão altos, que os pesquisadores americanos classificam como conflito global e que a persistir essa tendência será grande o número de jovens que se tornarão adultos abusadores e delinqüentes (Andrews, 2000).
No Brasil, a ONG (Organização não-governamental) Abrapia – Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência, começou a desenvolver no Rio de Janeiro, um projeto com o patrocínio da Petrobras, com 11 escolas públicas e particulares. O objetivo deste estudo é ensinar e debater com professores, pais e alunos formas de evitar que o bullying aconteça.
Pesquisadores de todo o mundo atentam para este fenômeno, que toma, cada vez mais, aspectos preocupantes quanto ao seu crescimento e por atingir faixas etárias inferiores, relativas aos primeiros anos de escolaridade. Estima-se que em torno de 5% a 35% de crianças em idade escolar estão envolvidas, de alguma forma, em atos de agressividade e de violência na escola (Fante, 2002).
Baseado nos dados dos mais diversos países pode-se seguramente afirmar que o fenômeno está presente em todas as escolas de todo o mundo. No Brasil, o bullying ainda é pouco pesquisado, comentado e estudado, motivo pelo qual, não temos indicadores que nos forneçam uma visão global para que possamos compará-lo aos demais países, a não ser dados de alguns estudos.. Encontramos como reflexo de trabalhos europeus, algumas pesquisas sobre o Bullying escolar. Em Santa Maria (RS), o trabalho realizado pela professora Marta Canfield e seus colaboradores (1997) em quatro Escolas Públicas. No Rio de Janeiro, as pesquisas dos Profs. Israel Figueira e Carlos Neto(2000 – 2001) em duas escolas Municipais. Em São José do Rio Preto e região (2000 –2002), pesquisas realizadas junto à quase mil e quinhentos alunos do Ensino Fundamental e Médio em Escolas Públicas e Privadas, pela professora Cleodelice Aparecida Zonato Fante e seus colaboradores.
O quadro aqui apresentado, envolvendo escola, violência e jovens, é apenas um dos componentes da grande galeria brasileira e internacional da violência. Apesar da gravidade e da necessidade de reflexões, são poucos os estudos existentes a respeito do tema. Em levantamento realizado por Nogueira (2003) das teses e dissertações sobre o tema “escola e violência” nos programas de Pós-Graduação em Educação, abrangendo o período de 1990 a 2000, a autora menciona que, dos trinta e seis trabalhos encontrados nesse período, nenhuma das pesquisas teve como objeto de estudo a questão da violência moral ou bullying escolar. Portanto, a necessidade de pesquisarmos este fenômeno e refletirmos sobre o mesmo é imensa.
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BULLYING, O TERROR SILENCIOSO
Uma abordagem sobre o fenômeno
O termo bullying surgiu na Noruega, na década de 80, e é originário da palavra inglesa bully, que quer dizer ameaçar, intimidar, amedrontar, tiranizar, oprimir, maltratar. O primeiro a relacionar a palavra ao fenômeno foi Dan Olweus, professor da Universidade da Noruega. Ao pesquisar as tendências suicidas entre adolescentes, Olweus descobriu que a maioria desses jovens tinha sofrido algum tipo de ameaça e que, portanto, bullying era um mal a combater.
Embora a denominação seja recente, o fenômeno é mais antigo que a própria escola e se repete continuamente em todo o mundo. Não é restrito a uma instituição específica. Pode ocorrer em escolas de todo o tipo: primárias, secundárias, rurais, públicas ou privadas. Onde há uma criança ou um jovem sofrendo qualquer tipo de pressão psicológica, atitude agressiva intencional e repetida, sem motivação evidente, o fenômeno está presente e precisa ser tratado com a seriedade que merece.
O bullying pode parecer uma brincadeira de amigos pela sutileza com que é conduzido pelos agressores. O que o distingue das brincadeiras próprias do desenvolvimento infanto-juvenil e regras de boa convivência é a crueldade com que é exercido. As vítimas, em geral, são crianças e jovens que apresentam algumas diferenças em relação ao grupo ao qual estão inseridas. Por sua vulnerabilidade, passividade, falta de recursos ou habilidade para reagir, são os alvos mais visados pelos agressores. Os resultados do desequilíbrio emocional que passam a viver os tornam inseguros com relação à auto-estima. Impedidos de pedir qualquer tipo de ajuda, chegam a interiorizar os “castigos” que lhes são impostos, julgando-se merecedores deles. Simulam doenças, que acabam tornando-se verdadeiras, entram em estados depressivos deploráveis e perdem o prazer de viver. O problema, em grande parte dos casos, arrasta-se pelo resto da vida, tornando-os adultos com sérios problemas no trabalho, vida afetiva e social.
Com o avanço tecnológico, outra forma de bullying cresce vertiginosamente. É o “bullying digital”. O agressor ultrapassa os muros da escola e invade a casa do agredido através da internet. Ferramentas como blogs, flogs, chats e e-mails tornam esse tipo de intimidação mais humilhante publicamente. Amplia o universo de gozações e fotos constrangedoras, que passam a circular em um público muito maior. Esse público, por sua vez, testemunha silenciosamente, pois mesmo afetado por esse clima de tensão, torna-se inseguro e amedrontado com o fato de poder se tornar a próxima vítima.
EstatísticasEstudos recentes mostram que 7% a 35% das crianças em idade escolar, em todo o mundo, sofrem com o problema e passam a fazer parte das estatísticas de violência. Em matéria publicada no jornal espanhol El Pais, em 1977, na Grã-Bretanha, o bullying foi o responsável pelo suicídio de 766 menores. Nos Estados Unidos, o fenômeno chegou a ser apontado como a causa principal da morte de 13 alunos da escola Columbine, na cidade de Littleton, em 1999. Na Inglaterra, no começo do ano passado, o suicídio de Jevan Richardson, de 10 anos, foi atribuído ao bullying. O Brasil não fica fora dessas estatísticas. Em janeiro de 2003, o adolescente Edimar de Freitas, de 18 anos, após ferir seis colegas, um zelador e a vice-diretora, suicidou-se, na pacata cidade de Taiuva, interior paulista, após 11 anos de humilhações e sofrimentos na escola. Em fevereiro de 2004, na cidade de Remanso, interior baiano, um adolescente de 17 anos, vítima das mesmas humilhações, matou seu principal agressor (um garoto de 13 anos), a secretária do curso de informática, feriu três pessoas e só não conseguiu suicidar-se, como havia planejado, por ter sido dominado por um colega.
Porém, não são somente os agredidos que merecem cuidados especiais. Os agressores, na sua grande maioria, não cometem os delitos por pura maldade. Precisam ser identificados e tratados. São indivíduos que apresentam problemas psicológicos e sociais, decorrentes de traumas e experiências negativas durante a infância ou juventude. Em geral, sentem dificuldade de relacionamento com outras crianças, gostam de experimentar continuamente a sensação de poder, sofrem ou sofreram humilhações e abusos de toda ordem por parte dos pais ou outros adultos encarregados de sua educação ou cuidados, ou vivem sob constante e intensa pressão para que tenham sucesso em suas atividades. Sem cuidados especiais, podem desenvolver características que os levem à delinqüência e à criminalidade.
Inúmeros programas estão sendo desenvolvidos, por educadores, psicólogos, psicopedagogos e médicos, para a redução do problema, porém há uma unanimidade entre todos: só com união e interatividade família–--escola o mal pode acabar. No que diz respeito à escola, professores e orientadores educacionais devem incentivar e promover discussões sobre o assunto e dar oportunidade para os alunos expressarem seus sentimentos. Profissionais de educação devem ser treinados para que tenham consciência da gravidade do problema, pois, não muito raramente, acabam se envolvendo e, sem perceber, chegam até a reforçar e legitimar a violência, usando apelidos e rindo junto com as brincadeiras alheias.
No caso da família, o apoio deve ser irrestrito, pois é no seio familiar que se inicia o processo educacional. Lembrando a orientação dos espíritos superiores em O Livro dos Espíritos: “A infância é um período de repouso do espírito”. “Encarnado, com o objetivo de se aperfeiçoar, o espírito, durante esse período (infantil), é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento, para o que devem contribuir os incumbidos de educá-lo”. Emmanuel, no livro O Consolador, orienta que até os 7 anos de idade o espírito ainda se encontra em fase de adaptação para a nova existência e recorda mais vivamente o mundo que deixou para trás, tornando-se, desse modo, mais suscetível de renovar o caráter e moldar novos caminhos.
Segundo a educadora e pesquisadora Tânia Zagury, “a família deve apoiar a escola e trabalhar a questão dos limites com segurança, afirmação ética dos filhos, a não-aceitação firme ao desrespeito aos mais velhos e mais fracos. Deve reassumir o quanto antes o seu papel de formadora de cidadãos, abandonando a postura superprotetora cega e a crença de que amar é aceitar toda e qualquer atitude dos filhos, satisfazer todos os seus desejos, não criticar o que deva ser criticado e nunca responsabilizá-los por atitudes anti-sociais. Enquanto é tempo...”.
segunda-feira, 25 de abril de 2011
aff
Podemos traduzir o termo bulling com palavras que ressoam mais claramente entre nós e que nos aproximam mais de nossa cultura e então teremos o novo nome da humilhação, do desrespeito do constrangimento, da tirania de um sobre o outro. Enfim, o outro nome da violência e de sua exacerbação.
Em se tratando, em menor ou maior grau, de um ato de violência de um para com o outro vamos encontrar ressonância entre alguns autores importantes da filosofia, da sociologia, o da psicanálise
No campo da filosofia, Hannah Arendt concebe a violência comoCRIAÇÂO. Como algo que emerge nos humanos diante da anulação da capacidade de agir . Diante da falta de consenso. Do excesso de mando de uns sobre outros.
O sociólogo Emilie Durkhein, fala da ausência de valores, da desintegração das normas e da lei na modernidade. Que tem como resultado uma ANOMIA. Ausência de referenciais identificatórios. Falta de lugar, Invisibilidade.
Em Freud vamos encontrar o conceito de MAL- ESTAR do sujeito diante de sua incompletude. A violência pode se colocar então como uma resposta ao mal estar, como solução frente a dor de existir de cada um. É possível lidar com esse mal- estar tanto de forma sublime como destrutiva.
Sendo assim podemos concluir que: o ato violento, a humilhação ao outro, o desrespeito e a violência podem então ser entendidos como respostas, saídas que o sujeito inventa para fazer frente a uma situação de desamparo. Uma tentativa da criança ou do adolescente, até mesmo do adulto de anular o que imaginariamente ou concretamente o oprime, o impede de existir. Dar- se um nome, um lugar, ter visibilidade na sociedade, afastar o mal-estar inerente a toda criatura humana.
A Escola de hoje
Nas Escolas de hoje, estamos ficando cada vez mais longe do conceito de agressividade, considerado pela psicanálise como um movimento do sujeito de se separar do outro. Descolar-se do outro, se diferenciar do outro é um movimento ´saudável de toda criança em crescimento. Estamos ficando longe também do acerto de contas,das pastas lançadas na praça depois das aulas, da roda da briga depois de uma desqualificação feita por um aluno a um outro dentro das dependências da escola.
E muito perto da violência como passaporte para existir. Da máxima de Descartes “Penso, logo existo” que valorizou nossa existência e capacidade de construir passamos ao “Tenho logo sou” da sociedade contemporânea do consumo e do espetáculo. Na verdade estamos, frente a carência de mecanismos, instrumentos e dispositivos civilizatórios, mais próximos da aniquilação do Outro. Convivendo com uma exacerbação do narcisismo na sociedade de consumo e da prova de poder perdido, do que de tentativas saúdáveis de diferenciação do outro que se manifesta na agressividade na infância e na juventude.
Que tratamento, que soluções teríamos para o enfrentamento da questão?
Inicialmente temos que nos perguntar sobre o que tem levado nossas crianças e nossos jovens a uma crescente indisposição e intolerância com relação ao Outro. Temos que nos perguntar sobre que espaços crianças e jovens tem tido, ou lhes é oferecido para falar desse Mal Estar frente ao Outro, da ausência de lugar na sociedade, à invisibilidade, à insatisfação que concerne ao simples fato de existir.
Que lugar tem tido a palavra e manifestações criativas e culturais, como elementos civilizatórios, em nossas vidas e em nossas instituições de ensino? No lugar de testes, diagnósticos e da medicalização?
Entendemos que um tratamento possível da violência deva se dar pela palavra. Na medida em que a violência em suas várias facetas e nomes invadem os espaços privados, as telas das tvs, a internet as escolas e as ruas é preciso e na mesma medida, criar-se espaços para escutar humilhados e quem humilha, de onde a violência vem e a que ela responde. A violência se coloca exatamente ali onde a palavra não pode ser dita ou não foi escutada.
E ainda nos perguntar?
Que lugar tem a educação, a qualificação e o professor em nossa sociedade? Ex. as greves de professores recentes em Minas e a vergonhosa remuneração que sempre foi oferecida à eles.
Que lugar teve e tem o ensino da Ética e da Filosofia em nossas escolas?
O que a mídia tem ensinado as nossas crianças e adolescentes? Exemplo recente desse ensinamento está na propaganda de uma marca de energético divulgada amplamente nas redes de TV e pela internet. Onde um simples desenho animado denominado “Porcos com Asas” é capaz de incitar uma criança ao uso de drogas e de armas, a transgressão das normas, à desqualificação da função materna e exacerbação de sua sexualidade.
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